sábado, 2 de outubro de 2010

Habitat e Nicho Ecológico

Habitat e Nicho Ecológico

OS SERES VIVOS HABITAT E NICHO ECOLÓGICO






 OS SERES VIVOS
HABITAT E NICHO ECOLOGICO
                   Vamos ver alguns exemplos: a cutia e a onça podem ser encontradas na mata Atlântica; possuem, então, o mesmo hábitat. No entanto, os nichos ecológicos desses animais são diferentes.
                    A cutia é herbívora, alimentando-se de frutos, sementes e folhas; abriga-se em tocas ou em tocos de árvores e serve de alimento para animais diversos, como a própria onça. Já a onça é carnívora, alimenta-se de animais diversos, como cobras e macacos, e não vive em tocas.
                     Como se vê, cutias e onças têm modos de vida diferentes, isto é, desempenham diferentes atividades dentro de um mesmo ecossistema. Logo, o nicho ecológico da cutia é diferente do nicho ecológico da onça. Logo, o nicho ecológico da cutia é diferente do nicho ecológico da onça.

O lobo-guará, por ser onívoro, tem o papel de consumidor primário, ao se alimentar de vegetais; e consumidor secundário, ou terciário, ao se alimentar de tecidos animais. Ele tem como predador natural a onça pintada; possui hábitos crepusculares, é territorialista, anda aos pares somente no período de reprodução, e desempenha cuidado parental aos seus filhotes. Todas estas informações fazem parte do nicho ecológico deste animal.

As preguiças vivem apenas nas matas do continente americano e estão divididas em seis espécies diferentes, que podem ter dois ou três-dedos nas patas anteriores.
Apesar de ocuparem o mesmo nicho ecológico, dificilmente se verifica a presença dos dois gêneros em uma mesma área.

Quando dizemos que o Tamanduá Bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é um animal típico do cerrado, referimos ao seu habitat, porém quando dizemos que essa espécie é grande predador de formigas, referimos ao nicho ecológico desse animal.










Nível trófico

O nível trófico é o nível de nutrição a que pertence um indivíduo ou uma espécie, que indica a passagem de energia entre os seres vivos num ecossistema.
Existem três níveis tróficos principais:
  • Produtores: reúnem todos os seres capazes de autotrofia.
  • Consumidores: são organismos que consomem produtores e outros consumidores, geralmente são heterótrofos. Estes podem ser:
1.   Consumidores de primeira ordem: alimentam-se de produtores.
2.   Consumidores de segunda ordem: alimentam-se de consumidores de primeira ordem.
3.   Consumidores de terceira ordem: alimentam-se de consumidores de segunda ordem.
  • Decompositores: Consomem os restos de plantas e animais. Responsáveis pela devolução de minerais e nutrientes para o ambiente, que servirão para produtores mais uma vez, fechando o ciclo.

 

 

Cadeias e Teias alimentares

A cadeia alimentar mostra relações alimentares simples em um ecossistema. Temos como exemplo para este conceito:
Em um ecossistema existem plantas, gafanhotos, ratos e cobras. Nele obviamente:
Logo:
Planta --> Gafanhoto --> Rato --> Cobra --> Decompositores.

 

Teia alimentar

Devido a complexidade que uma relação de trofia pode alcançar em um ambiente, o conceito de cadeia alimentar tende a evoluir para uma teia alimentar. Para este conceito temos o seguintes exemplos.
Em uma lagoa temos plantas, caramujos, peixes pequenos, peixes grandes, zooplâncton e aves. Nele é possível (a única certeza é a autotrofia da planta) que:
  • A planta produz seu próprio alimento (produtor);
  • O caramujo consuma a planta (consumidor de primeira ordem);
  • O peixe pequeno consuma o caramujo (consumidor de segunda ordem);
  • O peixe grande consuma o peixe pequeno (consumidor de terceira ordem);
  • A ave consuma o peixe grande;
  • Decompositores consumam os restos.
Outra possibilidade:
  • A planta produz seu próprio alimento (produtor);
  • O caramujo consuma a planta (consumidor de primeira ordem);
  • O peixe pequeno consuma o caramujo (consumidor de segunda ordem);
  • O ave consuma o peixe pequeno (consumidor de terceira ordem);
  • Decompositores agem.
molho Mas, também pode ocorrer o seguinte:
  • O caramujo consuma o zooplâncton (consumidor de segunda ordem);
  • O peixe grande consuma a planta (consumidor de primeira ordem);
  • A ave consuma o peixe grande (consumidor de segunda ordem).
  • Decompositores agem.
Assim, fica claro que teias alimentares nada mais são que cadeias alimentares mais complexas, que exploram diversas possibilidades.
A cadeia alimentar não termina com o consumidor quaternário. A matéria orgânica morta é alvo dos decompositores, sendo estes (bactérias ou fungos), que são os responsáveis por devolver à cadeia essa matéria decomposta em sais minerais e outros produtos, que serão assim reutilizados pelos produtores. Fecha-se, então, o ciclo da cadeia.

Referências

1.   Uieda, Virginia Sanches "Exemplo de uma teia de riacho" no site do Museu Escola do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’

Cadeia Alimentar

Cadeia Alimentar

Uma cadeia alimentar é uma seqüência de seres vivos, uns servindo de alimento a outros, sucessivamente.


O que é Cadeia Alimentar ?
Uma cadeia alimentar é uma seqüência de seres vivos, uns servindo de alimento a outros, sucessivamente. Resumindo um seqüência de transferências de matéria e energia de um organismo para outro sob a forma de alimento. 
Componentes de uma Cadeia Alimentar
Os diferentes elementos vivos que compõem um ecossistema cumprem papéis específicos dentro da cadeia alimentar. Uma cadeia alimentar tem elementos básicos como:
Produtores - São sempre seres autótrofos (que produzem seu próprio alimento), produzem alimento que será usado na cadeia e são obrigatoriamente a base de qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz solar e do gás carbônico  (fotossíntese) será repassada a todos os outros componentes restantes da cadeia ecológica. Os principais produtores conhecidos são as plantas e algas microscópicas (fitoplâncton).
Consumidores - São os organismos que necessitam de se alimentar de outros organismos para obter a energia, uma vez que são incapazes de produzir seu próprio alimento. Se alimentam dos seres autótrofos e de outros heterótrofos, podendo ser consumidores primários quando se alimentam de seres autótrofos; consumidores secundários, consumidores terciários e assim por diante quando se alimentam de outros consumidores. Como exemplo, os herbívoros e carnívoros.
É bom lembrar que nem toda a energia obtida através da alimentação será integralmente usada, parte dessa energia não será absorvida e será eliminada com as fezes e outra parte será perdida em forma de calor. Assim, grande parte da energia será dissipada no decorrer de uma cadeia alimentar diminuindo sempre a cada nível. Pode-se então dizer que o fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando sempre com a luz solar incidindo sobre os produtores e diminuindo a cada nível alimentar dos consumidores.
Decompositores - São organismos que atuam na transformação da matéria orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em moléculas simples, fazendo com  que estes compostos retornem ao solo para serem utilizados novamente por outro produtor, gerando uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são bactérias e fungos. Por se alimentarem de matéria em decomposição são considerados saprófitos ou sapróvoros.
O equilíbrio do ecossistema depende da realização de cada uma das etapas da cadeia alimentar. A drástica redução dos animais predadores, por exemplo, pode resultar na proliferação dos animais herbívoros e, com isso, na escassez ou extinção de algumas espécies vegetais.

Importância de se conhecer as Cadeias Alimentares
A observação da cadeia alimentar leva ao entendimento de toda a seqüência de alimentação dos animais que vivem em determinado ecossistema. Pode-se também examinar o conteúdo estomacal de animais e assim perceber essa seqüência. A importância disto está baseada no uso natural de animais ou plantas que possam controlar ou equilibrar o ecossistema de forma a evitar o uso de pesticidas e quaisquer outras formas artificiais que possam desequilibrar em longo prazo  o ambiente, ou ainda, provocar sérias reações nos animais e até os seres humanos que ali habitam. Esta prática é denominada controle biológico.

Exemplo de Cadeia Alimentar
Pode-se dar o seguinte exemplo de cadeia alimentar: algumas plantas produzem frutos e sementes que são comidos por certos pássaros; estes são devorados por pequenos animais carnívoros como alguns gatos-do-mato; estes podem, por sua vez, ser comidos por carnívoros maiores, ou podem ser mortos pelo tiro de um caçador; sua carne servirá de alimento aos cães do caçador e sua carcaça, abandonada na mata pelo homem, vai alimentar uma série de insetos e bactérias; os ossos se desagregam com o decorrer do tempo e suas partículas se incorporam ao solo; as raízes de muitas plantas vão aproveitar esses minerais agregados ao solo; tais plantas produzirão novos frutos e sementes que alimentarão outros pássaros. Fechou-se, dessa forma, a cadeia alimentar. Muitas cadeias são mais complexas, apresentando caminhos preferenciais e outros secundários. Os animais em geral preferem certos alimentos mas se estes faltam ou escasseiam, comem outros.
O conjunto de uma série ecossistemas é chamado de teia alimentar, neste caso várias teias se entrelaçam fazendo com que as relações ecológicas sejam múltiplas e o alimento disponível possa ser utilizado por vários indivíduos e realmente compondo um ecossistema.



O que são Pirâmides Alimentares ?
As plantas clorofiladas, podem ser terrestres, marinhas ou de água doce (de rios, lagos, lagoas). Então, estes seres ficam na base da pirâmide alimentar. O degrau seguinte é representado por pequenos animais que se alimentam exclusivamente de plantas (animais herbívoros). Estes herbívoros, por sua vez, vão servir de alimento para pequenos animais que se alimentam de outros (animais carnívoros). Constituem o terceiro degrau. Os degraus seguintes são representados por carnívoros cada vez maiores. Estes degraus são cada vez menores, pois representam o número de indivíduos que nele ocorrem e é evidente que é preciso de um grande número de indivíduos menores para construirmos um menor número de indivíduos maiores.
Ex.: certos peixes pequenos são comidos em grande número por peixes maiores que devem existir em menor número. É por esse motivo que os elos sucessivos de uma cadeia alimentar podem ser representados, por degraus sucessivos, cada vez menores, que assumem, pois, a forma de uma pirâmide. Na terra, no mar ou em água doce, há sempre mais matéria orgânica constituindo organismos vivos, em degraus mais próximos da base da pirâmide. Em certa área geográfica podem ocorrer várias pirâmides ao mesmo tempo.
Algumas pirâmides encontradas no mesmo local podem mostrar uma interpenetração de seus degraus inferiores, porque os seres que constituem esses degraus ocupam a mesma área. Isso levará a pirâmides com uma base comum, mas com dois ou mais ápices independentes.


Exemplos de cadeia alimentar

Não é possível informar com precisão onde começa ou termina um ciclo da cadeia alimentar, de modo geral podemos dizer que são encontrados no meio terrestre, em meio a suspensão vegetativa (nas florestas) e o no meio aquático.
Ciclo Terrestre:
Folha de uma planta gafanhoto ave jaguatirica decompositores insetos alados cobra aves capim coelho raposa onça decompositores
Ciclo em Suspensão:
árvore folhas lagarta mariposa sapo cobra coruja decompositores mosca mosquitolouva-deus cobra coruja
Ciclo Aquático:
algas caramujos, insetos alados larvas, peixes mamíferos, aves aquáticas decompositores, Insetos alados larvas


Arbustos Cervo-do-pantanal  onça pintada


citros, arroz, soja, pastagens, alfafa, eucalipto e outras. Gafanhoto  corujas, serpentes águias

Pre Sal

Camada pré-sal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Camada pré-sal refere-se a um conjunto de reservatórios mais antigos que a camada de sal, principalmente halita e anidrita. Esses reservatórios podem ser encontrados do Nordeste ao Sul do Brasil (onshore e offshore) e de uma forma similar no Golfo do México e na costa Oeste africana. A área que tem recebido destaque é o trecho que se estende do Norte da Bacia de Campos ao Sul da Bacia de Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos chega a 2.000 metros, enquanto na porção norte da bacia de Campo está em torno de 200 metros. Este sal foi depositado durante o processo de abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (Antigo Supercontinente formado pelas Américas e África, que foi seguido do afastamento da América do Sul e da África, iniciado a cerca de 120 milhões de anos). As camadas mais recentes de sal foram depositadas durante a última fase de mar raso e de clima semi-árido/árido(1 a 7 M.a.).

Índice

[esconder]

[editar] Descrição

O termo pré-sal é uma definição geológica que designa uma camada reservatória mais antiga do que a rocha de sal. Já o termo sub-sal, que também é uma definição geológica, significa que a rocha reservatória está abaixo do sal, não necessariamente sendo uma camada mais antiga.

[editar] Primeiras descobertas

Nas rochas da camada pré-sal existentes no mundo, a primeira descoberta de reserva petrolífera ocorreu no litoral brasileiro, que passou a ser conhecida simplesmente como "petróleo do pré-sal" ou "pré-sal". Estas também são as maiores reservas conhecidas em zonas da faixa pré-sal até o momento identificadas.[1]
Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenas de bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploração em busca de petróleo abaixo das rochas de sal nas camadas profundas do subsolo marinho. Atualmente as principais áreas de exploração petrolífera com reservas potenciais ou prováveis já identificadas na faixa pré-sal estão no litoral do Atlântico Sul. Na porção sul-americana está a grande reserva do pré-sal no litoral do Brasil, enquanto, no lado africano, existem áreas pré-sal em processo de exploração (em busca de petróleo) e mapeamento de reservas possíveis no Congo (Brazzaville)[2] e no Gabão.[3] Além do Atlântico Sul, especificamente nas áreas atlânticas da América do Sul e da África, também existem camadas de rochas pré-sal sendo mapeadas à procura de petróleo no Golfo do México e no Mar Cáspio, na zona marítima pertencente ao Cazaquistão.[1] Nestes casos, foram a ousadia e o trabalho envolvendo geração de novas tecnologias de exploração, desenvolvidas pela Petrobras, que acabaram sendo copiadas ou adaptadas e vêm sendo utilizadas por multinacionais para procurar petróleo em camadas do tipo pré-sal em formações geológicas parecidas em outros locais do mundo. Algumas das multinacionais petrolíferas que estão procurando petróleo em camadas do tipo pré-sal no mundo aprenderam diretamente com a Petrobras, nos campos que exploram como sócias da Petrobras no Brasil.

[editar] O pré-sal brasileiro

As reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro estão dentro da área marítima considerada zona econômica exclusiva do Brasil. São reservas com petróleo considerado de média a alta qualidade, segundo a escala API. O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal se estende entre o litoral dos estados do Espírito Santo até Santa Catarina, com profundidades que variam de 1000 a 2000 metros de lâmina d'água e entre quatro e seis mil metros de profundidade no subsolo, chegando portanto a até 8000m da superfície do mar, incluindo uma camada que varia de 200 a 2000m de sal.[4][5][6]
Plataforma P-52, que extrai petróleo do campo de Roncador, inclusive da camada pré-sal
O geólogo e ex-funcionário da Petrobras Márcio Rocha Mello acredita que o pré-sal pode ser bem maior do que os 800 quilômetros já identificados, estendendo-se de Santa Catarina até o Ceará.[7]
Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi, Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que eram de 14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris.
A descoberta do petróleo nas camadas de rochas localizadas abaixo das camadas de sal só foi possível devido ao desenvolvimento de novas tecnologias como a sísmica 3D e sísmica 4D, de exploração oceanográfica, mas também de técnicas avançadas de perfuração do leito marinho, sob até 2 km de lâmina d'água.
O pré-sal está localizado além da área considerada como mar territorial brasileiro, no Atlântico Sul, mas dentro da região considerada Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. É possível que novas reservas do pré-sal sejam encontradas ainda mais distantes do litoral brasileiro, fora da ZEE, mas ainda na área da plataforma continental, o que permitiria ao Brasil reivindicar exclusividade sobre futuras novas áreas próximas. Vale lembrar que alguns países nunca assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e alguns dos que o fizeram não ratificaram o tratado.

[editar] Origem

Processo de separação da América do Sul e África e surgimento do Atlântico Sul, entre 140 e 60 milhões de anos atrás, quando se formou o petróleo do pré-sal
O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório localizada abaixo de uma camada de sal nas profundezas do leito marinho.
Entre 300 e 200 milhões de anos havia um único continente, a Pangeia, que há cerca de 200 milhões de anos se subdividiu em Laurásia e Gondwana. Há aproximadamente 140 milhões de anos teve inicio o processo de separação entre as duas placas tectônicas sobre as quais estão os continentes que formavam o Gondwana, os atuais continentes da África e América do Sul. No local em que ocorreu o afastamento da África e América do Sul, formou-se o que é hoje o Atlântico Sul.
Nos primórdios, formaram-se vários mares rasos e áreas semi-pantanosas, algumas de água salgada e salobra do tipo mangue, onde proliferaram algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Estes microorganismos se depositavam continuamente no leito marinho na forma de sedimentos, misturando-se a outros sedimentos, areia e sal, formando camadas de rochas impregnadas de matéria orgânica, que dariam origem às rochas geradoras. A partir delas, o petróleo migrou para cima e ficou aprisionado nas rochas reservatórios, de onde é hoje extraído. Ao longo de milhões de anos e sucessivas Eras glaciais, ocorreram grandes oscilações no nível dos oceanos, inclusive com a deposição de grandes quantidades de sal, que formaram as camadas de sedimento salino, geralmente acumulado pela evaporação da água nestes mares rasos. Estas camadas de sal voltaram a ser soterradas pelo oceano e por novas camadas de sedimentos quando o gelo das calotas polares voltou a derreter nos períodos inter-glaciais.
Estes microrganismos sedimentados no fundo do oceano, soterrados sob pressão e com oxigenação reduzida, degradaram-se muito lentamente e, com o passar do tempo, transformaram-se em petróleo, como o que é encontrado atualmente no litoral do Brasil.
O conjunto de descobertas situado entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Bem-te-vi, Carioca, Guará, Parati, Tupi, Iara, Caramba e Azulão ou Ogun) ficou conhecido como "Cluster Pré-Sal", pois o termo genérico "Pré-Sal" passou a ser utilizado para qualquer descoberta em reservatórios sob as camadas de sal em bacias sedimentares brasileiras.
Ocorrências similares sob o sal podem ser encontradas nas Bacias do Ceará (Aptiano Superior), Sergipe-Alagoas, Camamu, Jequitinhonha, Cumuruxatiba e Espírito Santo, no litoral das ilhas Malvinas, mas também já foram identificadas no litoral atlântico da África, no Japão, no Mar Cáspio e nos Estados Unidos, na região do Golfo do México. A grande diferença deste último é que o sal é alóctone (vindo de outras regiões), enquanto o brasileiro e o africano são autóctones (formado nessas regiões) (Mohriak et al., 2004).
Os nomes que se anunciam das áreas do Pré-Sal possivelmente não permanecerão, pois, se receberem o status de "campo de produção", deverão ser rebatizados segundo o artigo 3° da Portaria ANP nº 90, com nomes ligados à fauna marinha.

[editar] Geologia

Tupi.jpg
Como foi citado anteriormente o Pré-Sal é um conjunto de reservatórios mais antigos que a camada de sal neoapitiniano que se estende nas Bacias de Campos e Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. Este sal foi depositado durante a abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (Jurássico Superior-Cretáceo) durante a fase de mar raso e de clima semi-árido/árido do Neoapitiniano (1 a 7 M.a.).
O "Cluster" Pré-Sal.
A análise de um perfil sísmico da Bacia de Santos nos leva a crer que existem ao menos quatro Plays na região: O primeiro referente à fase Drift (turbiditos Terciários similares aos da Bacia de Campos) acima do sal e mais três, abaixo do sal, referentes Pós-Rift (carbonatos e siliciclastos apitinianos de plataforma rasa) e ao Sin-Rift (leques aluviais de conglomerados). Em todos os casos a rocha-geradora é de toda a costa Leste brasileira, a Formação Lagoa Feia.
A área de ocorrência conhecida destes reservatórios é de 149 mil km² dos quais 42 mil km² (28%) já foram licitados e 107 mil km² (72%) ainda por licitar. A história da prospecção desta região começa no ano de 2000 durante a segunda rodada de licitações da ANP, onde foram arrematados os primeiros blocos de exploração no limites entre os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na realidade, técnicos da Petrobras já especulavam a existência de hidrocarbonetos abaixo da camada de sal há mais de vinte anos. Porém as técnicas de aquisição e processamento dos dados sísmicos impossibilitavam uma melhor análise dos dados justamente devido à presença do sal. Por sua vez, sem um conjunto de informações minimamente confiáveis, não era possível justificar o investimento de centenas de milhões de reais na perfuração de um poço prospectivo, devido aos altíssimos custos em função novamente da presença da espessa camada de sal. Com a evolução das técnicas de processamento dos dados e da capacidade de processamento dos computadores foi possível avançar no conhecimento em subsuperfície, que levou ao encontro de indícios que justificariam o investimento bilionário.
Quando não se fala do "Cluster Pré-Sal" na Bacia de Santos, as descobertas foram realizadas no Play Pós-Rift em grandes profundidades com lâminas d’água superiores a 2.000 m e profundidades maiores que 5.000 m, dos quais 2.000 de sal. As rochas geradoras são folhelhos lacustres da Formação Guaratiba (do Barremiano/Aptiano e COT de 4%). O selo são pelitosintraformacionais e obviamente o sal. A literatura científica afirma que os reservatórios encontrados são biolititos cuja origem são estromatólitos da fase de plataforma rasa do Barremiano.

[editar] A extração de petróleo da camada Pré-Sal

Petrobrás extraiu petróleo do pré-sal pela primeira vez em setembro de 2008. No campo de Tupi a fase de extração petrolífera chamada de "teste de longa duração" teve início em maio de 2009. A produção em escala comercial deve iniciar a partir de 2010
A descoberta de indícios de petróleo no pré-sal foi anunciada pela Petrobras em 2006. A existência de petróleo na camada pré-sal em todo o campo que viria a ser conhecido como pré-sal foi anunciada pelo ex-diretor da ANP e posteriormente confirmada pela Petrobras em 2007. Em 2008 a Petrobras confirmou a descoberta de óleo leve na camada sub-sal e extraiu pela primeira vez petróleo do pré-sal.[8][9]
Em setembro de 2008, a Petrobras começou a prospectar petróleo da camada pré-sal em quantidade reduzida. Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de Campos), através da plataforma P-34. A Petrobras afirma já possuir tecnologia suficiente para extrair o óleo da camada. O objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que possibilitem maior rentabilidade, principalmente nas áreas mais profundas. [10]
Um problema a ser enfrentado pelo país diz respeito ao ritmo de extração de petróleo e o destino desta riqueza. Se o Brasil extrair todo o petróleo muito rapidamente, este pode se esgotar em apenas uma geração. Se o país se tornar um grande exportador de petróleo bruto, isto pode provocar a sobrevalorização do câmbio, dificultando as exportações e facilitando as importações; fenômeno conhecido como "mal holandês", que pode resultar no enfraquecimento de outros setores produtivos como a indústria e agricultura. [11]

[editar] Administração do pré-sal

O governo brasileiro pretende criar uma nova estatal, que está sendo chamada provisoriamente de Petrosal.[12][13] Esta nova empresa não seria destinada à exploração direta do petróleo, mas principalmente à administração dos mega-campos e à contratação de empresas petrolíferas para explorá-los em parceria com a Petrobras, definido conjuntamente com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). É provável que esta empresa fique responsável pela gestão da parte do petróleo que ficará como pagamento para o governo no novo modelo de partilha de produção. Ainda não está claro se esta empresa também poderá investir em desenvolvimento tecnológico da área.
Alguns setores da sociedade brasileira chegaram a defender que a Petrobras tivesse exclusividade na gestão e exploração dos campos, mas o governo afirma que isto seria inviável no novo modelo de partilha de produção, pois existe uma grande participação de capital privado na empresa e o risco de esta tornar-se poderosa demais.[14]

[editar] Impacto na legislação vigente

A descoberta das reservas do pré-sal tem provocado grandes debates em todo o país. Desde sua descoberta, muitos passaram a defender novos modelos de regulação para preservar uma parte maior desta riqueza para o país, envolvendo mudanças na atual Lei do Petróleo (lei nº 9.478 de 1997).[15]
Uma comissão inter-ministerial organizada em 2008, trabalhou durante um ano discutindo diferentes propostas para elaborar um novo projeto de marco regulatório para o pré-sal.[16] Durante o período em que foram discutidos os novos projetos, os leilões de petróleo foram interrompidos na área do pré-sal.
Em 31 de agosto de 2009 o Governo federal do Brasil anunciou quatro novos projetos para mudança no marco regulatório para o pré-sal.[17][18][19]

[editar] O debate sobre a "nova Lei do Petróleo"

A princípio o debate em torno da modificação legal está dividido em três grandes grupos com objetivos e posições político-ideológicas distintas.[20]
Alguns movimentos sociais, sindicatos,[21] políticos ligados a partidos políticos mais à esquerda ou nacionalistas e alguns setores do governo defendem a volta à antiga Lei do Petróleo (lei nº 2.004 de 1953), incluindo a reestatização da Petrobras, a volta do monopólio estatal do petróleo e o fim das concessões para multinacionais petrolíferas no Brasil. A maior parte dos movimentos sociais defensores desta posição utiliza-se do lema "O pré-sal tem que ser nosso",[22] em referência à campanha "O petróleo é nosso" dos anos 1950. Alguns destes grupos defendem apenas a ampliação da participação do capital estatal na Petrobras, sem a volta do monopólio estatal, permitindo empresas petrolíferas nacionais mas excluindo as multinacionais.
Os partidos políticos de oposição ao atual governo [carece de fontes?], algumas das Federações de Indústrias,[23] o setor financeiro e as multinacionais petrolíferas defendem a manutenção do atual modelo de concessão[24], também conhecido como privado ou "privatista". Estes grupos afirmam que a Petrobras não conseguirá explorar o pré-sal sozinha[25] e vêm criticando a proposta do governo apresentada em Agosto de 2009.[26]
O governo apresentou uma proposta para a constituição de um novo marco regulatório, com o modelo de partilha de produção, uma nova empresa estatal, a Petrosal, a criação de um Fundo de Desenvolvimento Social que teria também a função de Fundo Soberano para reinvestir os recursos da exploração do pré-sal, e uma mudança no padrão de distribuição dos royalties do pré-sal, mantendo a distribuição atual apenas para as áreas fora do pré-sal.
A proposta do governo conta com o apoio dos Ministérios[27] que elaboraram os projetos de lei, a base de partidos aliados, além de alguns movimentos sociais e parte das indústrias ligadas ao setor petrolífero que se veem desfavorecidas pelo atual modelo de concessão, que exige baixos índices de fornecedores nacionais.[28] Entre os argumentos utilizados para defender a proposta do governo está o fato de que o novo modelo poderia aumentar em até 2,5 vezes mais a arrecadação do setor.[29]
O projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso será submetido a emendas e debatido juntamente com os outros projetos já existentes e que também propõem uma reforma no marco regulatório. A tramitação incluindo discussões e votação, deveria ocorrer inicialmente em regime de urgência, ou seja, por até 45 dias úteis na Câmara e mais 45 dias no Senado.[30] Duas semanas após o envio do projeto, o pedido de urgência foi retirado e substituído por um acordo entre governo e oposição para a composição de um cronograma de votação.

Referências

  1. a b "O que é o pré-sal", Diario do Pré-sal
  2. "Soco spuds Liyeke Marine-1 oil well off Congo", Oil & Gas Journal, 25/08/2009, [1]
  3. Presalt basins identified in Gabon: A new study indicates Brazilian analogs, E&P Magazine, 01/07/2009, [2]
  4. "Entenda o que é a camada pré-sal", Folha Online, 31/08/2008
  5. "A importância do Pré-Sal", Pré-Sal.org
  6. "A produção no pré-sal". Agência Brasil, 31/08/2009
  7. "Pré-sal se estende até o Ceará, diz geólogo", Reuters, 17/10/2008
  8. "Petrobras acha óleo leve no Pré-Sal da Bacia de Campos", Globo, 08/06/2007, [3]
  9. OLIVEIRA, Nielmar, 02/09/2008, "Petrobras inicia produção na região do pré-sal", Agência Brasil, [4]
  10. "Petrobras vai buscar tecnologia de maior rentabilidade para explorar pré-sal, diz diretor", Folha Online, 01/09/2008 [5]
  11. "A exploração do pré-sal e o futuro brasileiro". Jornal da Universidade, UFRGS, nº 113, ano XII, Nov/2008, p. 5. [6]
  12. "Estatal para administrar petróleo da camada pré-sal se chamará Petrosal", Agência Brasil [7]
  13. "Petrosal vai gerenciar recursos do petróleo extraído nas novas jazidas", Correio do Brasil, 31/08/2009 [8]
  14. Entenda o que é a camada pré-sal, Folha Online, 02/09/2008
  15. "Parlamentar defende mudança no marco regulatório do petróleo", Agência Brasil, 30/10/2008, [9]
  16. "Lobão diz que apresentará hoje ao governo cinco propostas para exploração no pré-sal", Agência Brasil, 01/10/2008 [10]
  17. "Governo aumenta número de projetos sobre pré-sal e resolve pedir urgência constitucional", Agência Brasil, 31/08/2009, [11]
  18. "Lula anuncia regras para exploração do petróleo do pré-sal", Agência Brasil, 31/08/2009, [12]
  19. "Ministros e parlamentares se reúnem com Lula para conhecer marco regulatório do pré-sal", Agência Brasil, 31/08/2009, [13]
  20. "Os interesses em jogo no debate sobre o novo marco regulatório do petróleo do pré-sal", Diário do Pré-Sal, 01/10/2009 [14]
  21. "Petroleiros apresentam projeto pelo monopólio estatal do petróleo e por uma Petrobras 100% pública", Agência Petroleira de Notícias, 27/08/09 [15]
  22. "O Pré-sal é Nosso!" Pré-Sal.org
  23. "CNI defende debate do pré-sal e participação privada", Estado, 31/08/2009 [16]
  24. IBP abre debates sobre pré-sal e defende modelo atual, Globo, 29/08/2009, [17]
  25. ESTADAO, "Empresas privadas contestam Petrobras e dizem que há risco no pré-sal", 29/08/2008 [18]
  26. "Partilha do pré-sal enfrentará resistência, diz oposição", Yahoo Notícias, 31/08/2009 [19]
  27. "Lobão: regime de concessão não condiz à nova realidade", Estado, 31/08/2009 [20]
  28. "Contratos atuais do pré-sal favorecem fornecedor externo", Portos & Navios, 28/08/2009 [21]
  29. "Novo modelo de exploração do pré-sal pode elevar em 2,5 vezes a arrecadação", Correio Braziliense, 17/09/2009, [22]
  30. "Marco regulatório do pré-sal será enviado ao Congresso em regime de urgência", Agência Brasil, 31/08/2009, [23]

[editar] Ligações externas

Meio Ambiente

O Meio Ambiente








Meio ambiente

Meio ambiente
O meio ambiente agoniza!
A natureza pede socorro!
As matas pedem conservação
Os bichos pedem preservação
O ar não quer poluição
A água não quer contaminação
E o homem quer solução
Ele não sabe que é a solução!
Para melhorar a situação
Para a próxima geração!
Com muitas árvores para refrescar
Variedade de animais para admirar
Ar puro para respirar
Água cristalina para tomar.
Tudo isso depende de mim
Tudo isso depende de você
Tudo isso depende de nós...
Vamos nos conscientizar
De que nossos hábitos devemos mudar
Novas atitudes devemos tomar.
Aprender a conservar
Aprender a respeitar
Aprender a reciclar
Para o meio ambiente preservar
E a vida melhorar...