Apostila Professor Ricardo ( ECOLOGIA GERAL )
ECOLOGIA GERAL
HISTÓRICO
As raízes da ecologia levam-nos aos estudos ligados ã história natural, algo, que, em essência é tão antigo quanto o homem.
O homem das cavernas já percebia o problema da contaminação atmosférica, pois a partir do momento em que começou o fogo, o indivíduo que utilizava os materiais úmidos ou inadequados à combustão , era castigado por seus companheiros, devido a fumaça e odores que provocava no interior da caverna.
Os egípcios e babilônios aplicaram métodos ecológicos para combater as pragas que assolavam suas culturas no vale do rio Nilo o que também ocorreu na Mesopotâmia.
Na antiga Grécia, os curtumes com seus gases de cheiro desagradável, só podiam ser construídos após autorização especial. As fundições de prata eram obrigadas a possuir chaminés altas para distribuir melhor na atmosfera os gases tóxicos (SO2).
Na antiga Roma as atividades de matadouros, curtumes, fabricantes de azeite e lavanderias, por decreto eram permitidas somente além do rio Tibre. Os fornos de fabricantes de vidro que produziam contaminação com HF podiam ser levantados em áreas restritas.
Na Idade Média com o aparecimento das concentrações urbanas nos “burgos” os problemas ecológicos se avolumaram, embora localizados.
A ecologia como ciência, embora já na antiga Grécia tenham sido produzidas obras com características ecológicas, começam a surgir após a idade média, quando reinou o obscurantismo, como ciência.
1978 – Malthus determinou que as populações podem crescer em ritmo exponencial (modelo densidade-dependente) enquanto os recursos de que necessitam crescem em ritmo aritmético.
1838 – Verhulst derivou a curva logística do crescimento populacional (modelo densidade dependente).
1843 – Farr descobriu a relação existente entre a taxa de mortalidade e a densidade de uma população.
1866 - Surge a palavra ECOLOGIA oikos = significa casa.
Usada pelo biólogo alemão HAECKEL na obra "Generelle" .
Morfhologie der Organismen, esta palavra significa literalmente a Ciência do Habitat.
Na realidade uma série de trabalhos que se multiplicaram a partir de 1850 dão início a ecologia, embora com outros títulos com o livro de Schimper, Fitogeografia em base fisiológica (1898) nada mais fossem do que tratados sobre ecologia.
1930 - Somente na década dos 30é que a ecologia passou a ter realmente um grande desenvolvimento como ciência, embora já no nosso século, em seu princípio surgissem obras de ecologia propriamente ditas, e esta tivesse inicialmente o seu desenvolvimento.
HISTÓRICO DA ECOLOGIA VEGETAL NO BRASIL
1892 - Warming em seu livro LAGOA SANTA sobre a localidade do mesmo nome publicou um livro, posteriormente traduzido do Dinamarquês para o Português. (1908).
1934 - Felix Rawitscher, organizou o departamento de botânica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP ( alemão) dando início aos estudos de Fitoecologia em 1942surgem:
1942 - A primeira obra PROBLEMAS DE FITOECOLOGIA COM CONSIDERAÇOES ESPECIAIS SOBRE O BRASIL MERIDIONAL, seguido brilhantemente por Guimarães Ferri, cujas obras sobre o cerrado são de nosso conhecimento.
No Rio Grande do Sul um dos Primeiros a atuar em Fitoecologia é Albano Backes que em 1973 publicou sua tese de mestrado no Departamento de Botânica do Instituto de Biociência da USP " Contribuição ao Conhecimento da Ecologia da Mata de Araucária" versando sobre esta no Rio Grande do Sul.
DEFINIÇÃO
Ecologia - oikos- casa g. (morada)
É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos, e as interações, de qualquer natureza, existentes entre os seres vivos e seu meio.
" é a ciência que estuda o ambiente e aquele que vive no ambiente."
Ambiente - tudo aquilo que cerca o indivíduo no seu local.
INTRODUÇÃO
O Brasil em relação aos países mais desenvolvidos, em ecologia, apresenta uma série de problemas, o primeiro é de apresentar um grande número de espécies, tanto animais como vegetais, pois são muito mais pobres em espécies que as nossas, permitindo que as espécies sejam facilmente reconhecidas em sua grande maioria, mesmo usando manuais disponíveis, isto não ocorre no nosso meio. Em vista disto os autores daqueles países salientam a necessidade de estudos do aspecto dinâmico das associações, enfatizando que os estudos de sistemática não são modernos, ocorre que no Brasil a sistemática está atrasada em mais de um século em relação aqueles países, e em consequência se quisermos estudar as relações fundamentais de um ecossistema brasileiro será necessário conhecer primeiramente sua composição em espécies.
CIÊNCIAS RELACIONADAS COM A ECOLOGIA
A Ecologia para chegar a conclusão necessária necessita do auxilio de uma série de outras ciências sendo portanto multidisciplinar, levando a uma síntese de conhecimentos para permitir a análise das relações apresentadas pelos seres vivos e do meio ambiente, para isto se utiliza da Física, da Química, da Estatística, da climatologia, da Pedologia e da Geomorfologia entre outras.
Utiliza é claro também os diferentes ramos da Biologia. Principalmente da Zoologia, Botânica, Sistemática, Fisiologia, Genética, Fitogeografia. etc.
SUBDIVISÕES DA ECOLOGIA
(Schroter, 1896)
AUTOECOLOGIA - Estuda a relação de um organismo ou de uma espécie com seu meio. Define essencialmente os limites de tolerância e de preferência das espécies em fase dos diversos fatores ecológicos e examinando a ação do maio sobre a morfologia, a fisiologia e o comportamento.
Este estudo levará a conclusões que nem sempre serão válidas pois, despreza o relacionamento com as espécies.
SINECOLOGIA -
( Schroter, 1902. do gr, Syn- conjunto, oikos- casa logos estudos)
Estuda a relação entre os indivíduos de diferentes espécies e o meio.
Este estudo sinecológico pode ser feito sob os aspectos:
1- Estático - ( Sinecologia descritiva) realiza a descrição dos seres vivos existentes em um determinado meio. Obtém-se desta maneira dados sobre a composição específica dos grupos, a quantidade, freqüência, constância e distribuição espacial das espécies.
2- Dinâmico - (Sinecologia funcional) realiza a descrição dos grupos de seres vivos existentes no meio em questão, e as inter-relação existentes entre os diferentes indivíduos e o meio sob um aspecto dinâmico. No nível sinecológico, levando em conta a composição a estrutura e a dinâmica das comunidades biológicas podem ser feitas ainda as seguintes subdivisões :
a- Composição - quais os indivíduos que formam as comunidades. Neste caso não há preocupação com a sp. e sim com os agrupamentos de indivíduos que aparecem, estudado os indivíduos e a frequência com que aparecem na comunidade. Ex. - se a maior frequência for de gramíneas teremos um campo. Se a grande frequência na comunidade for de árvores teremos mata.
b- Estrutura - Procuramos separar os elementos componentes da comunidade em diferentes categorias. Se aplica principalmente em botânica. Ex. - Arbóreas, Sub arbóreas, herbácea e talófitas.
Ainda podem ser feitas outras divisões como:
a- SINECOLOGIA SISTEMÁTICA: encarrega-se de catalogar as espécies.
b- SINECOLOGIA FISIOLÓGICA: estuda a fisiologia da comunidade. Ex.- processo da reprodução dos animais do grupo, germinação das sementes na comunidade.
c- SINECOLOGIA SINEGENÉTICA: estuda se a comunidade está em evolução, equilíbrio ou degeneração.
d- SINECOLOGIA CRONOLÓGICA: estuda o comportamento da comunidade através do tempo.
O estudo ecológico também pode ser efetuar ao do que denominamos níveis.
a- Nível Bioclimatológico -
É o relacionamento entre o clima e as formas de vida que existem (apresenta grande importância no sentido vegetal). O clima condiciona a existência das diferentes formações fitogeográficas.
Ex.- Mata fluvial atlântica, é caracteristicamente muito exuberante e depende de um grande teor de água.
Ex.- Mata araucária, encontramos a partir de 400 metros no Rio Grande do Sul. No sul de Minas só aparece em altitudes acima de 1000 metros, neste caso temos que "o fator altitude compensa o fator latitude " devido a que as condições de clima se repetem.
Outro aspecto importante é o relacionamento do s.v. com o clima (temperatura, luz, umidade, cada um desses considerado individualmente ) surgem então uma série de dados de onde tiraremos conclusões permitindo o estabelecimento de cortas constantes em relação a certas áreas.
Estas constantes são obtidas pela média das observações climatológicas e biológicas permitindo o relacionamento da área através das linhas que unem os pontos em que os dados são semelhantes.
O mapeamento pode ser feito também através das informações obtidas durante o ano. Ficando então os mapas de cada estações.
BIOCORAS - São linhas ao longo das quais se observam os mesmos fenômenos biológicos e consequentemente ao longo destas linhas se manifestam as mesmas formas biológicas. Para tração estas linhas se obtém a média anual e traça-se o mapeamento.
BIOFENAS - São as linhas de um mapeamento ao longo das quais se observa a mesma periocidade.
Estabelece-se a comparação, obtendo a média estacional. (verão e inverno).
b- Nível Industrial -
Através deste nível se estuda a influência do homem sobre a paisagem.
O efeito da topografia geral sobre as formações.
Ação do fogo, o homem incendeia grandes extensões anualmente. Isto tem um alcance muito grande para as formações vegetais e animais.
CONCLUSÃO
Como vimos um grande número de divisões e de níveis podem ser estabelecidos artificialmente para a ecologia, na realidade se formos realizar um estudo ecológico na acepção da palavra, teremos que abranger simultaneamente todas estas divisões, pois se considerarmos apenas um dos itens, desprezando os demais poderemos chegar a conclusões que não precisas, o mesmo ocorrendo quando retiramos um indivíduo do meio para estudá-lo em laboratório, é lógico que não podemos reproduzir em laboratório todas as condições de interação não só do meio físico mas também o relacionamento com os outros seres que se encontravam em seu habitat natural.
O AMBIENTE - O ambiente é dividido em dois grupos, o meio físico e o meio biológico que também podem ser denominado fatores biótipos e abióticos.
FATORES FÍSICOS DO MEIO - Consideramos aqui os fatores climáticos (temperatura, umidade, ventos, pluviosidade e luz), os fatores edáficos e a composição química da água.
CLIMA - Apesar de que a climatologia faz um estudo separado dos diferentes fatores do clima, para a ecologia há a necessidade da inter-relação do conjunto. O clima age diretamente sobre os vegetais, mas possui ação indireta através das modificações que produz sobre o solo.
MACROCLIMA - É o resultado da ação geográfica e orográfica (Rempp 1937). Temos neste caso o clima de uma determinada região, ocorrerá então que localmente surgirão modificações climáticas formando o chamado MESOCLIMA, neste caso falaremos em mesoclima quando estivermos fazendo referência ao clima de uma floresta ou de uma vertente.
1- Radiação recebida pela terra -
A terra recebe do sol radiações cujos comprimentos da onda variam de menos de um milésimo de Angstrom a vários milhares de metros.
Ecologicamente somente as radiações ultravioletas e as infravermelhas e visíveis tem um papel conhecido. A quantidade destas ondas é importante pois chegam 1,98 a 2 calorias por centímetro quadrado e por minuto ( quantidade que atravessa a atmosfera).
Uma parte desta radiação é calorífica elevando a temperatura e consequentemente aumentando o rendimento da foto- síntese.
2- Temperatura -
A temperatura varia ao longo de todo globo, mas considerando a temperatura ao nível do mar ( não esquecer que a altitude compensa a latitude) obtemos isotérmicas ao longo das quais se repete uma mesma temperatura, variando apenas de acordo com a estação considerada. As isotermas anuais são aproximadamente paralelas ao equador, apresentando modificações devidas as massas continentais.
O hemisfério norte é mais quente do que no sul e equador térmico fica quase inteiramente no hemisfério norte. Médias anuais superiores a 30o C. só se encontram no Saara.
3- Inclusão -
A ação ecológica da luz se faz sentir ecologicamente sob três aspectos: duração, intensidade e natureza (comprimento de onda da luz).
A intensidade e a natureza da luz dependem de fatores locais, interessante principalmente para sua ação sobre mesoclimas e microclimas.
A duração do período de luminosidade varia conforme a estação e a região terrestre considerada. Nos círculos polares a altura do sol é permanentemente nulo acima da natureza. Nas demais regiões a ano se divide em quadro períodos.
Embora existam indivíduos que vivam em temperaturas extremas (alguns organismos podem viver a baixas temperaturas pelo menos durante pequenos períodos algumas bactérias e algas azuis viem a 87,8 e 80o C respectivamente).
As altas intensidade de luz (Thomas, 1955) a síntese de proteínas é reproduzida, produzindo-se então altas percentagens de carbo-hidratos.
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O gráfico abaixo é uma reprodução deste fato para o plancton marinho, mas pode ser considerado também para os vegetais terrestres.
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A duração dos período de luz é importantíssima, pois os ritmos diários da luz e da obscuridade controlam os movimentos dos animais mas nas plantas temos o FOTOPERIODISMO, pois determina o período reprodutivo das plantas que podem ser classificadas em três categorias:
1- Plantas de dias longos - florescem quando o período de luz é maior do que 12 horas dia.
2- Plantas de dias curtos - florescem com menos de 12 horas de luminosidades diárias.
3- Plantas que apresentam uma larga tolerância em relação a duração da luminosidade, neste caso este fator não é controlante ou dominante.
4- Água - obviamente a água é ecologicamente é um fator limitante no ambiente aquático onde ocorre um elevado índice de salinidade.
A precipitação pluviométrica, a umidade, o poder de evaporação do ar e extensão da superfície aquática disponível.
A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA -
É influenciada por diversos fatores geográficos, correntes de vento, etc.
Por exemplo temos que ventos úmidos soprando do oceano, sobre uma cordilheira depositam maior parte de sua umidade sobre as encostas voltadas para o mar, produzindo um deserto do outro lado, como acontece com o Chile, temos em geral que quanto mais altas as montanhas maior será o efeito, o mesmo pode acontecer de maneira inversa, devido a isto os desertos são encontrados geralmente por trás das altas cadeias de montanhas outro fator importante é a distribuição das chuvas durante os meses do ano, o que pode acarretar que apesar de um alto índice pluviométrico anual, e existam meses de seca.
Temos que ainda levar em consideração não apenas a precipitação pluviométrica mas o equilíbrio entre a precipitação e a evapo-transpiração do ecossistema.
UMIDADE - é a quantidade de vapor de água existente no ar.
A umidade absoluta - é a quantidade total de água existente por umidade de ar.
A umidade relativa - como a quantidade de vapor existente varia de acordo com a temperatura e pressão (para a saturação) ela representa a percentagem de vapor realmente presente.
O aparelho utilizado é o psicometro, para medir umidade relativa, que consiste num termômetro de bulbo úmido e um bulbo seco se os dois marcarem a mesma temperatura a umidade relativa é de 100%, se o de bulbo úmido marca menos (caso geral) será menor que 100% e se consulta então tabelas próprias. Para a ecologia este dado é muito importante pois estará diretamente ligado a perda de água pelos vegetais.
O poder de evaporação do ar é um fator ecológico importante principalmente para as plantas terrestres ( geralmente é medido pelos evaporímetros, que medem a evaporação da superfície de um vaso poroso cheio de água). Considerando que 97 a 99% de água que entra nas plantas pela raíz é perdida pela evaporação através das folhas que é denominada de TRANSPIRAÇÃO, podemos ver a importância e a necessidade da água para os vegetais. Devemos salientar ainda que o crescimento é proporcional a transpiração se consideramos que a água e os nutrientes não são limitantes. A eficiência de transpiração nas plantas cultivadas é geralmente de uma grama de matéria seca para de 500 ou mais de água transpirada.
Precipitação Pluviométrica -
Pode-se entender por três aspectos principais:
1- Chuva; 2- Neblina; 3- Orvalho
A diferença entre os três tipos está basicamente nas dimensões das gotas.
A precipitação é avalizada por mm, 1litro de água sobre a superfície de um m2 é igual a 1mm, devemos porem levar em consideração não a quantidade total de água que se precipita e sim a distribuição das chuvas durante o ano.
2- Orvalho;
É a condensação de vapor de água contra um anteparo.
3- Neblina;
É a condensação de água diretamente na atmosfera.
As gotas de orvalho são maiores porque são sustentadas por um anteparo enquanto na neblina permanecem na atmosfera.
A importância do orvalho em relação às formas de vida está na proporção em que contribui para aumentar a água do solo. Em geral o orvalho contribui muito pouco porque ao amanhecer o sol o evapora.
EM SOLO ARENOSO DESÉRTICO - o orvalho chega a umedecer a areia até 02 cm de profundidade, (nos desertos forma-se grande quantidade de orvalho)
Neblina - existem regiões em que a neblina é uma constante, neste caso terá grande significação.
Para a quantidade de água da neblina usa - se o PLUVIÔMÉTRO DE GRUNOW. Adapta-se a um pluviômetro comum uma tela metálica, isto porque a neblina se desloca no sentido horizontal, condensado-se assim contra o anteparo.
Exemplos de locais onde de forma grande quantidade de neblina:
1- Deserto de Atacama ( Peru- Chile), nesta região não chove durante todo o ano. Lá cresce um Bromeliácea - Tilandria sp., entre outras, isto é possível devido a que esta região está constantemente sob neblina, as plantas desenvolveram adaptações que permitem o seu aproveitamento.
2- Morte Mesa, próximo a cidade de Cabo, neste caso as horas do dia em que não existe neblina são raras. A quantidade de chuva anual é de 4mm. O total de neblina recolhida por 1 pluviômetro de Grunow chega a 125mm. Apesar da não existência de chuva, a quantidade de água permite um certo desenvolvimento de vegetação (gramíneas).
3- No Brasil temos como exemplo a Mata Atlântica, em que a grande quantidade de plantas epífetas indica a quantidade de neblina.
EVAPOTRANSPIRAÇÃO -
Para sabermos o total de água que volta a atmosfera na forma de vapor de água temos que saber o total de água evaporada e transpirada. A transpiração é fisiológica e controlada pela planta enquanto que a evaporação é simplesmente um fenômeno físico. A evapotranspiração é estudada nas grandes áreas e é resultado da evaporação mais a transpiração.
Para isto estabelece-se um gráfico das temperaturas médias anuais, a precipitação e a evaporação potencial ( quantidade de água que teoricamente uma área poderia perder).
O gráfico pode também ser constituído a partir da evapotranspiração e da precipitação.
GRÁFICO -1
Nos períodos com excesso de água a transpiração ocorre livremente, mas há água suficiente.
O ponto em que as duas curvas se cruzam significa o início do período de seca.
A fase em que a vegetação vive da reserva de água do solo.
No início do período chuvoso a água que vai caindo forma a água de reserva.
GRÁFICO - 2
Em pontilhado período seco.
Em hachura período não seco.
Em preto período em que a pluviosidade é maior do que 100mm.
Neste segundo caso apenas se levou em consideração a temperatura relacionada com a precipitação pluviométrica, também chamado de DIAGRAMA OMBROTÉRMICO.
GRÁFICO - 3
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_____ Exapo Transp. Potencial ||||||| Exced. de água - - - - Precipitação |||||| Absorção de umidade pelo solo
já vimos que o clima é o conjunto de condições médias, tanto atmosféricas como terrestres de um determinado local.
Os fatores importantes são as Médias das temperaturas máximas e médias. Média de área de temperatura, média dos valores da umidade, média da duração da nebulosidade da luminosidade, duração e velocidade média dos ventos ect... Para estudar a ação do clima de estabelecer esta correlação é utilizar-nos do CLIMA DIAGRAMAS para estabelecer a correlação com o ser vivo.
O VENTO
A atuação do vento se faz sentir de maneira geral de um modo indireto, elevando ou baixando a temperatura, aumentando a velocidade de transpiração (poder dessecante).
O vento pode determinar em locais de grande incidência uma inibição do crescimento vegetal e a fauna local pode ser eliminada total ou parcialmente.
FATORES ABIÓTICOS NO SOLO -
Embora os fatores abióticos que influenciam o solo sejam em grande números, vamos examinar apenas algumas desses fatores.
1- A água em relação ao solo:
A água pode ser encontrada no solo das seguintes maneiras:
a- Água higroscópica - é proveniente da umidade atmosférica formando uma película em torno das partículas que formam o solo, as moléculas de água são presentes energeticamente e em consequência não pode ser utilizada pelos vegetais e animais.
b- Água capilar não absorvível - vai ocupar os poros com diâmetro inferior a 0,2 microns. Também é retida com muita energia impedindo que os seres vivos possam aproveiatá-la. A água está entre as partículas.
c- Água capilar absorvível - ocupa os poros cujas dimensões são compreendidas entre 0,2 e 8 microns. Esta é utilizada pelos vegetais.
d- Água de gravidade - (gravitacional) escorre pelos poros maiores sob o efeito da gravidade, portanto temporariamente, a não ser naqueles casos em que a drenagem é impossível.
AVALIAÇÃO DA QUANTIDADE DE ÁGUA DISPONÍVEL PARA A VEGETAÇÃO NO SOLO -
Para realizar esta avaliação determina-se o chamado PONTO DE EMURCHECIMENTO PERMANENTE, que significa a quantidade em percentagem do peso total que se encontra ainda no solo quando as plantas iniciam a murchar de maneira permanente. O ponto de EMURCHECIMENTO PERMANENTE é elevado em SOLOS TURFOSOS (até 50% ). Em LAMA ARGILOSA é da ordem de 15%, na AREIA GROSSA é de 1,5%.
Podemos estabelecer então os seguintes estados de disponibilidade de água no solo:
CAPACIDADE DE CMPO - que é o momento em que toda a água de escoamento rápido desapareceu e a de escoamento lento começa a desaparecer. Portanto ainda há água disponível. É a capacidade máxima de retenção de água por parte do solo.
PONTO DE EMURCHIMENTO TEMPORÁRIO - quando as plantas tem dificuldades em absorver a água do solo.
PONTO DE EMURCHIMENTO PERMANENTE - quando é virtualmente impossível absorver água. Para as plantas interessa a H2O capilar e gravitacional.
2- A textura e estrutura do solo -
Devemos considerar:
Rocha mãe:
Intemperismo - Físico, químico e biológico.
Perfil -
Horizonte do solo -
O perfil do solo e relativa espessura dos horizontes são geralmente característicos para as DIFERENTES REGIÕES CLIMÁTICAS, e diferentes situações topográficas.
Nos solos de prado a umificação é rápida e a mineralização é lenta.
As plantas herbáceas tem vida curta, de maneira que no final de cada ano são acrescentadas grande quantidades de matéria orgânica que se desfaz rapidamente deixando pouca folhada ou húmus grosseiro, e muito húmus.
Na floresta, a folhada e as raízes desorganizam-se muito devagar e a mineralização é rápida a camada de húmus é pouco espessa.
A média de húmus no solo de pastagem é de 600T por ha \ ano.
Nos solos florestais é de 50 toneladas.
Em CLIMAS TROPICAIS, a decomposição é tão intensa que ocorre um pequeno acúmulo de humus, ocorre então que embora as outras condições sejam favoráveis o terreno descoberto é rapidamente esgotado, tendo que frequentemente ser abandonado após um par de anos ou utilização para a agricultura.
Ecologicamente devemos levar em consideração num estado do solo:
1- Textura - a granulometria, isto é a percentagem entre as diferentes partículas (limo, areia e argila), e as dimensões.
2- A percentagem de matéria orgânica, levando em consideração e a sua substituição.
3- A capacidade de troca - isto é uma estimativa da quantidade de nutrientes permutáveis.
De maneira geral podemos dizer que o solo é um resultado do clima e da vegetação, um mapeamento geográfico dos tipos de solo deverá corresponder a um mapa de vegetação.
EROSÃO -
Pode ocorrer principalmente por dois agentes naturais, A ÁGUA e o VENTO. (NÃO ESQUECER DE FALAR NA DECLIVIDADE )
Considerando um solo na sua forma natural a ação da erosão é muito pequena, (abstraindo-se a ação dos seres vivos) isto porque a medida que o solo esta sendo erodido a rocha mãe vai sendo decomposta de maneira que em muitos locais não se percebe a erosão.
O maior agente biológico de erosão é o homem.
Usando como exemplo um solo de floresta com 10% de declive para que fossem erodidos 18m de solo seriam necessários 575.000 anos, devido a cobertura da floresta que exerce proteção.
Se este mesmo terreno estivesse somente recoberto por gramíneas para realizar igual erosão seriam necessários 82.000 anos.
Se este solo fosse transformado em pomar o tempo necessário seria de 110 anos.
Se fosse plantado com algodão, 46 anos e se estivesse totalmente descoberto 18anos.
A erosão pode ser realizado no sentido horizontal e no sentido vertical. A horizontal é mais prejudicial é a mais comum no Brasil.
A erosão depende da:
a- INTENSIDADE DA CHUVA - INTENSIDADE E REGULARIDADE DOS VENTOS.
b- TIPODE SOLO, p. ex. o argiloso retém mais água mas escorre mais, logo é mais erodito - Grau de umidade do solo.
c- DO DECLIVE
d- COBERTURA VEGETAL
e- TIPO DE CULTURA
f- EFEITO DO PASTOREIO
TEMPERATURA DO SOLO -
Depende:
a- Da quantidade de energia que atinge o solo -
Se 100% for a energia solar, esta energia eqüivale a mais ou menos 2 cal \ cm² \ min, dessa energia 24% é refletida pelas nuvens, 23% chegam a superfície, 14% absorvidas pelas camadas de ar existente na atmosfera.
Dos 39% que restam:
19% são refletidas pelas camadas de ar.
20% chega a superfície do solo.
Num solo total teremos 43% que chegam ao solo, destes uma parte é irradiada, outra se perde na forma de evaporação, outra é irradiada e o restante é conduzido pelo solo que será então o elemento aquecedor do solo.
b- Depende da cor do solo:
Quando mais claras forem as cores dos elementos do solo menor será o aquecimento.
c- Depende da evaporação:
Quanto mais intensa for a evaporação, menor quantidade de calor terá o solo.
d- Depende da umidade do solo:
OBSERVAÇÃO:
A irradiação do calor do solo:
O solo irradia grande quantidades de energia técnica especialmente durante a noite. Principalmente em noites de céu descoberto (sem nuvens ).
Se esta irradiação ocorre em noites frias, a temperatura do solo cai abaixo de 0ºC e aí ocorre a geada.
O FOGO COMO FATOR ECOLÓGICO -
Após um estudo relativamente longo sobre os efeitos ecológicos do solo chegou-se a conclusão que é um fator que nem sempre é prejudicial aos interesses do homem, usado convenientemente o fogo pode ser um fator ecológico de grande valor, pois é um fator limitante de extrema importância, alem da vantagem de poder ser controlado com maior facilidade que os demais fatores limitantes.
Ele é importante principalmente nas florestas e regiões de pastagens das zonas temperadas e em áreas tropicais com estações secas.
A primeira coisa que surge ao encarar o fogo ecológico é que existem vários tipos de fogo na natureza, com diferentes efeitos.
O FOGO DAS COPAS, - que geralmente destrói toda a vegetação, sendo limitante para a maioria dos organismos, tendo a comunidade biótica de recomeçar virtualmente a partir do nada.
O FOGO RSTEIRO, - exerce um efeito seletivo, sendo limitante para alguns organismos, e age com menor intensidade sobre outros organismos, favorecendo desta maneira os indivíduos com alta tolerância para o fator fogo.
Os fogos rasteiros de pequena intensidade ajudam as bactérias na decomposição de corpos de plantas e na formação de nutrientes minerais, que são postos mais rapidamente a disposição de novas plantas. As leguminosas tão importantes no processo de fixação do nitrogênio muitas vezes se desenvolvem com maior intensidade após a ação de um fogo de pequena intensidade.
Desta maneira devemos considerar sempre que o fogo exerce ação seletiva sobre determinadas espécies e o seu emprego ou a tentativa de erradicação deverá depender se quer ou não manter e fazer prosperar estas espécies.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Os ciclos são movimentos interativos dos elementos químicos do meio abiótico, segundo caminhos característicos do meio até os seres vivos e destes até o meio. Os elementos minerais penetram nos tecidos fazendo parte deles das mais diferentes formas e posteriormente retornam ao meio quando da morte do ser.
Se consideramos os grandes ciclos biógeoquímico da biosfera poderemos observar que constituem a somo dos ciclos que se desenvolvem em cada ecossistema tomado isoladamente e das relações laterais que os unem.


